Relação de empresas com fisco piora, diz consultoria
A maioria dos executivos afirma que autoridades responsáveis por recolher tributos estão mais agressivasA maioria (60%) dos executivos afirma que autoridades responsáveis por recolher tributos estão mais agressivas e relutantes a chegar a acordos do que há três anos, aponta a KPMG, que fez um estudo global sobre o tema.
No Brasil, a porcentagem de diretores que dizem que a relação entre companhias e fiscais de tributos recrudesceu é menor, de 50%.
A diferença acontece porque, no país, a litigiosidade já é alta faz tempo, segundo Marcos Matsunaga, sócio da KPMG e especialista na área.
"O que nos surpreende na pesquisa é que as empresas brasileiras têm um contecioso mais estruturado que as de outros países para se relacionar com auditores de impostos mais agressivos", afirma.
Na média global, 20% das companhias têm um departamento específico para lidar com auditorias e disputas relacionadas a tributos.
Os órgãos arrecadatórios de diferentes países passaram a trocar informações com mais intensidade, segundo Tércio Chiavassa, sócio do Pinheiro Neto.
"Os governos, hoje, conversam entre eles para tentar entender qual o destino do lucro das empresas, para que eles possam tributar."
À medida em que essa troca de dados ocorre, há uma tendência de aumento de alíquotas, aponta a KPMG.
No Brasil, a relação entre as autoridades tributárias e as empresas poderá ficar ainda mais difícil por causa da crise fiscal, diz Chiavassa.