Meirelles prevê envio de projeto de recuperação judicial ao Congresso
Segundo ele, a medida vai criar facilidades para que empresas em recuperação judicial consigam, por exemplo, contrair novos empréstimosO ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira que, no máximo até a próxima semana, encaminha ao Congresso Nacional o projeto de recuperação judicial das empresas. Segundo ele, a medida vai criar facilidades para que empresas em recuperação judicial consigam, por exemplo, contrair novos empréstimos. E ressaltou que o número de empresas em processo judicial no país é elevado, de cerca de quatro mil companhias.
Em entrevista à BandNews FM, Meirelles disse que, com o projeto, se os trabalhadores, credores e fornecedores chegarem a um acordo, a companhia poderá pegar um novo empréstimo a sera pago com preferência. Atualmente, esse tipo de crédito seria o último a ser pago.
Crédito
O ministro destacou que já se vê sinais de que a demanda por crédito começa a aumentar. Ele afirmou que as empresas se endividaram muito durante a recessão e, portanto, a alavancagem ficou muito elevada. “Entramos num período de desalavancagem. Elas baixaram o nível de endividamento até atingir a estabilidade. Hoje, atingiram estabilidade e parou de cair endividamento”, disse.
Meirelles ressaltou que a necessidade de recursos fica um pouco menor numa economia com grande capacidade ociosa. “Então, o crescimento não demanda, num primeiro momento, um nível tão grande de tomada de empréstimos como em uma expansão normal. Há um hiato de produto (a diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial, medida de ociosidade). Temos ainda neste ano, e até 2019 pelo menos, bastante espaço para crescer usando a capacidade”, frisou.
Juros
O ministro disse também que o Banco Central (BC) tem dado sinais claros de que existe espaço adicional para queda dos juros. Ele lembrou que encontrou taxas de juros a mais de 14%, praticamente o dobro do percentual atual, quando assumiu como ministro da Fazenda.
Segundo Meirelles, com base nas indicações do BC em suas atas e inflação neste ano no piso, existe espaço para corte de juros. Mas ressaltou que essa é uma decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de forma autônoma.
Trabalhista
Ele também estimou que seis milhões de empregos devem ser criados nos próximos cinco anos em decorrência da reforma trabalhista. “A experiência de muitos países mostra que, com reforma trabalhista, empregos são criados”, disse, neste caso, ao canal de televisão Band.