Pandemia pode levar 3,5 mil empresas à recuperação judicial e à falência, diz estudo
Estudo da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia traça um cenário bastante ruim para empresas brasileiras em meio à pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o levantamento adiantado ao blog, cerca de 3.500 companhias irão pedir recuperação judicial ou entrar em falência nos próximos meses.
Os dados mostram que a inadimplência pode crescer 294% em relação a um cenário sem a pandemia, atingindo 271 mil empresas no Brasil.
Segundo especialistas, a inadimplência por mais de 90 dias é um estágio que precede a recuperação judicial e "contagia" a cadeia de produção ao afetar diversas empresas em série.
Como o processo de recuperação judicial tem custo alto, o número reflete médias e grandes empresas. As micro e pequenas em geral fecham antes.
Em média, mais de 50% dos processos de falência continuam abertos após 13 anos e a morosidade deprecia o capital das empresas em 51%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (16) que 522 mil empresas fecharam devido à pandemia. Dessas, 99% eram de pequeno porte.
O estudo da SPE se baseou no impacto de crises financeiras anteriores, como a de 2014-2016, apesar de considerar que o impacto da pandemia do coronavírus na economia brasileira não tem precedentes.
Para tentar diminuir o impacto, a nota indica como medidas a serem tomadas:
- a ampliação do crédito – especialmente a micro e pequenas empresas;
- desonerações;
- a discussão urgente da modernização da lei de falências que já tramita no Congresso;
- medidas que melhorem a mobilidade no mercado de trabalho, ajudando trabalhadores a conseguirem se adaptar a novos empregos, em setores que se mantiveram ou cresceram em meio à crise econômica.