Desonerações e atividade fraca levam arrecadação a ficar estável no semestre
Governo federal recolheu R$ 578,6 bilhões em impostos e demais receitas, uma expansão real de 0,28%No primeiro semestre, o governo federal recolheu R$ 578,6 bilhões em impostos e demais receitas, uma expansão real de 0,28% em relação ao mesmo período do ano passado, informou nesta quarta-feira (23) a Receita Federal.
Segundo a Receita, o desempenho da arrecadação, que ficou praticamente estável, se deve às desonerações e à perda de fôlegos dos principais indicadores macroeconômicos.
A redução na arrecadação de impostos que incidem sobre o lucro –Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) –principalmente em janeiro e fevereiro também teria contribuído para o resultado.
Em junho, a arrecadação somou R$ 91,4 bilhões. Houve uma expansão de 0,13% em relação ao número de junho do ano passado, já considerados a inflação do período e o ritmo de crescimento abaixo das expectativas do governo.
A administração petista aposta num ritmo de crescimento de 2% na arrecadação para cumprir a meta de poupança do ano.
Indicadores
Entre os indicadores econômicos negativos, a Receita destaca a queda na produção industrial.
De janeiro a junho, a política de desonerações tributárias custou ao governo R$ 50,7 bilhões. No mesmo período do ano passado, as desonerações somaram R$ 35,5 bilhões.
Só em junho, o governo deixou de arrecadar R$ 8,5 bilhões, devido às desonerações.
As que mais pesam aos cofres públicos são a da folha de pagamentos, que beneficia 56 setores da economia, a desoneração da Cide (que incide sobre a gasolina) e a de IPI, que favorece setores como o de automóveis.
Pesquisa da agência de notícias Reuters, feita com analistas do mercado, mostrou que a mediana das expectativas era de que a arrecadação somasse R$ 90 bilhões em junho, com projeções variando entre R$ 80 bilhões e R$ 92 bilhões.