16/06/2015 às 00h00 com informações de Folha de S.Paulo

Há pouca disposição do Congresso em aumentar impostos, diz Levy

Segundo Levy, o atual momento de queda de receitas deverá ser compensado com melhoria e controle dos gastos

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira (15) que, apesar do atual momento de queda de receitas, não há mais disposição política em aumentar impostos, o que deverá ser compensado com melhoria e controle dos gastos.

"As indicações que recebemos, cada vez mais, do próprio Congresso, é da pouca disposição em continuar aumentando a carga tributária", disse.

"Evidentemente, quando olhamos para um horizonte um pouco maior, não podemos ter a pretensão de acomodar todas as demandas, muitas delas legítimas, com aumento da carga tributária, o que indicará a importância da priorização dos gastos, a importância da medição dos resultados dos gastos que fazemos", emendou.

Apesar da fala de Levy, o governo tem buscado formas de aumentar a arrecadação, combalida pela baixa na atividade econômica. Uma das alternativas estudadas é o aumento de tributação sobre serviços e até a volta da CPMF, cobrada sobre movimentações financeiras.

Levy falou durante reunião no Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), quando assinou memorandos de cooperação com a entidade.

Tem jeito

Levy elogiou decisão da ordem de proibir o exercício da advocacia para membros do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), parte da reforma que está sendo desenhada para o órgão. Segundo ele, decisões como essa mostram que "o Brasil tem jeito".

O Carf é a última instância administrativa para grandes contribuintes contestarem multas aplicadas pela Receita Federal. O órgão está na mira da Operação Zelotes, que investiga um esquema de compra de sentenças por meio de pagamento de propina a conselheiros.

O ministro se comprometeu a colaborar com o fórum de segurança jurídica em infraestrutura, que está sendo organizado pela OAB. Segundo ele, para conseguir dinheiro no mercado para a nova leva de investimentos em infraestrutura, o governo deverá construir um ambiente de maior previsibilidade.

"Quem vai comprar uma debênture faz um casamento de 25, 30 anos. Nada mais valioso nesses tipos de contrato do que segurança jurídica", disse.