21/09/2015 às 00h00 com informações de UOL

Inclusão de mais setores no Simples reduz arrecadação em 2015

Cerca de 300 mil empresas passaram do regime de tributação pelo lucro presumido para o Simples neste ano

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, afirmou na sexta-feira, dia 18, que mudanças na legislação do Simples - regime simplificado de tributação - fizeram com que mais empresas aderissem ao programa neste ano, diminuindo a arrecadação de impostos.

Segundo ele, cerca de 300 mil empresas passaram do regime de tributação pelo lucro presumido para o Simples neste ano. Mudanças legislativas autorizaram mais setores da economia - como o de corretagem de imóveis - a aderir ao programa. Isso, ao lado da desaceleração geral da economia e da queda no faturamento das empresas que pagam impostos pelo lucro presumido, interfere na arrecadação no ano, diz ele. 

Malaquias diz que o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (IRPJ/CSLL) foram os tributos que mais afetaram negativamente a arrecadação em agosto e no acumulado do ano. De janeiro a agosto, o montante chegou a R$ 126,114 bilhões, queda real de 12,16% contra um ano antes.

A Receita Previdenciária teve queda real de 4,37%, para R$ 237,859 bilhões. Segundo Malaquias, um dos motivos para a retração é que empresas que estão desoneradas e recolhem o tributo sobre a receita bruta estão registrando queda nas vendas, o que consequentemente diminui a receita previdenciária. 

Há queda também na arrecadação de PIS/Cofins de 3,15% no acumulado do ano contra o mesmo período de 2014, para R$ 172,615 bilhões. O IPI (exceto produtos vinculados) registra retração de 13,02% no acumulado do ano, para R$ 21,85 bilhões. 

Até o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) registra queda de arrecadação. Nesse caso, foi arrecadado no acumulado do ano uma quantia de R$ 21,365 bilhões - queda de 5,44% contra um ano antes. Segundo Malaquias, isso é resultado do menor lucro gerado em alienação de ativos (venda de imóveis ou ações, por exemplo), o que é causado pela desaceleração da economia. "Com o arrefecimento da economia, essas operações diminuem", afirmou.

Por outro lado, a Cide, aplicada sobre combustíveis, afetou positivamente os resultados ao gerar R$ 1,46 bilhão em 2015 de janeiro a agosto. Em 2014, a arrecadação com esse imposto foi praticamente nula.

O IOF registrou aumento de 9,81%, para R$ 23,379 bilhões de janeiro a agosto. O motivo é o aumento na alíquota cobrada nas operações de crédito de pessoas físicas, feito neste ano.

O imposto de renda retido na fonte de rendimentos de residentes no exterior subiu 20,14%, para R$ 15,687 bilhões. E o aplicado a rendimentos de capital subiu 18,81%, para R$ 30,898 bilhões. Demais receitas administradas subiram 5,16%, para R$ 149,034 bilhões.